PERSONALIDADE DO FILOSOFO DA ÁSIA
QUE VISITA AGORA A AMÉRICA

Pelo: Dr. Mario Roso de Luna[1]


"CHERREZIG ou CHERENZI. Bodhisatva ou Maharishi?

Mago da força espiritual; Mestre de Sabedoria; Verbo de Sagacidade; Criador de culturas; Gênio Reitor de civilizações; Instigador de um Renascimento Espiritual Moderno... tudo isso e esse homem Divino, que ninguém pode ver com verdadeira sinceridade sem aprender a amar deveras e reconhecer nele um verdadeiro gênio tutelar de caráter providencial, de estranhas realidades místicas e supra-cosmicas.

Eu o conheço. Conversei com ele durante horas e horas, na intimidade, que e quando o homem não pode enganar, e ouvi-o tratar de todos os problemas e em torno da capacidade conceitual do homem, que equivale á expressão da inteligência EM SI e POR SI, o que não pode deixar o lugar a duvidas nem a falsas apreciações em uma mente que, como a minha, esta acostumada a esgaravatar a natureza com um sentido rigoroso da precisão ao mesmo tempo que da beleza e da sublimidade.

Nele eu vi todas as qualidades que quisera ver num genuíno Mestre de Sabedoria, num Arhat, num autentico Budha ou Cristo. Mais ainda, sempre o vi promover, promulgar, assinalar e também inspirar novos Valores no recôndito do ser. Todo o Seu Ensinamento gira, com efeito, em torno da expressão de Valores natos do intimo ser, que neste se encontram tão só em condições potenciais e deve-se invocar e forçar a assumir caracteres extremos porder-se-ia dizer que pontifica, pois se confirma como função de Verbo que exalta, exterioriza e exprime Valores vitais e fundamentais que faz surgir do intimo do ser, onde jazem estas qualidades da Consciência Universal, em forma de vivencias transcendentais!

Eu o conheci durante uma viagem pelos arredores de Madri. Encontrei-o descansando a beira de um caminho real. Parecia-me sutil, informe, transparente, se não, Luminoso. Sua face parecia falar-me, comunicava-me em forma silente uma espécie de voz misteriosa, que assumia proporções precisas e diáfanas a medida em que eu o observava em silencio. Em seguida, pensei na Graça dos grandes Santos da Igreja e no Samadhi dos super-misticos da Ásia. E eu mesmo me senti transfigurado. E' que não pude falar diante dele; parecia-me viver, profundamente, o conteúdo de minha obra "Simbologia Arcaica", na qual tanto me esmerei em dar a compreender os aspectos superiores da Vida. Adivinhei, no ato, que tinha, na minha presença, algo mais do que um simples homem. Sua figura, sim, possuía forma de homem, mas exalava substancias sutis e informes, se se me permite o pleonasmo- quais raios invencíveis ou imponderáveis, que podiam ser de simpatia, mas que transcendiam a todo o meramente corpóreo e humano. Havia nele muito de sublimidade envolvente e de Universalidade anonadadora... Parecia-me, por momentos, todo um Universo reduzido em suas proporções. Porem, tudo nele indicava pureza; pureza de corpo e de alma; pureza de pensamentos e pureza de visões. Momentos depois busquei a sua companhia. Palestramos... Falava perfeitamente o castelhano; mas logo notei que não era o seu idioma nativo. Acreditei que era mourisco; mas tinha sotaque de teutão bem marcado. Podia passar por russo; mas também se lhe haveria podido confundir com um cigano húngaro. Ou como oriundo da America hispânica. Conhecia o lusitano; falava bastante o italiano e o frances; o alemão e o inglês lhe eram sumamente familiares...  e notei nele desde o primeiro instante um profundo conhecimento da historia humana, dos acontecimentos mundiais desde remotas idades, falando como individuo que experimentou e viveu profundamente o que fala... e a natureza humana parecia não reservar segredo algum para ele, pois demonstrava saber mais de psicologia, relatividade, religião e filosofia do que todos os homens que hoje pontificam nestas matérias. Critico formidável e com finíssima ironia, demonstrava ter um dom de gente extraordinano e uma capacidade singular de analise, exegese e concepção.

Depois de nossa primeira entrevista, que durou seis horas, viamo-nos amiúde em Madri, onde encontrou um retiro seguro. Porem, ai, seguia estudos de musica e física, ao mesmo tempo em que prosseguia atividades mundiais; suas relações com os principais personagens da política, do mundo social e da ciência, tanto da Europa como da America e da Ásia em geral, e o seu notilvel ascendente sobre a gente mais destacada e inf1uente não podia menos do que me deixar atônito, pois me deixava entrever a extensão do poder espiritual e a enorme influencia moral deste singelo e humilde homem de olhar penetrante e longas barbas, que, não obstante, não demonstrava ter mais do que 33 anos de idade.

Assim, travei estreita amizade com este personagem extraordinário. Eu conheci muitas pessoas singulares, como Mathers, Lady Quaithnes, o doutor F. Hartmann, o Conde Carl du Prel, Lord Lytton, Eliphas Levi, Papus, H.P. Blavatsky, Annie Besant, Krishnamurti, Rabindranath Tagore, Gandhi, Sun Yat Sen, o Marques de Guaita, os Condes Protzor, entre outros, mas todos eles, juntos, não haveriam conseguido impressionar-me tanto como este errabundo Cavalheiro do ideal que vive amplamente, mas sempre só e sem pátria nem nome bem conhecido.

Indubitavelmente, não se trata de um simples ser humano. Foi somente ao cabo de três anos, depois de manter contato com ele e com diversas instituições secretas do Egito, do Tibet, China e Índia, quando consegui compreender algo o seu respeito, com caracteres de precisão.

Eu soube, por exemplo, que era venerado como Mestre em todos esses Centros Iniciaticos, e que a sua missão era viver a vida do mundo para conhecê-la melhor e, assim, poder ensinar melhor seus discípulos e, ao mesmo tempo, poder orientar com maior eficácia a evolução da humanidade. Desde muitos países remotos, como a Argentina, Bélgica, Alemanha, Japão, Cuba, México, Austrália, Inglaterra, recebi noticias acerca de suas atividades, todas diversas e como para despistar todo o intento de descobrir quem é e de onde e. Compreendi por tudo isso, que se tratava de um genuíno Grande Iniciado... pois e de rigor entre eles guardar dados semelhantes em estrito segredo. Lembremo-nos da encantadora lenda de Lohengrin.

Porem, depois de longas investigações e passando por situações intrigantes e descobrindo mais e mais mistérios, consegui, não obstante, com a ajuda do Conde Ivan Rackozki, da Polônia, e Sir Laden La de Darjeeling, Índia, evidencias de coisas que já me haviam dado a conhecer certas Lojas Maçônicas da França, Alemanha, Bulgária, e Rússia. Esse personagem, com efeito, era um genuíno Grande Instrutor, um Maharishi, que convivia com os homens cumprindo a sua Missão superior da consciência Universal. Impulsionando a vida em direção a novíssimos roteiros. Ademais, trata-se de um ex-principe da Tartária, do Tibet, da Mongólia e da China propriamente dita. Ele renunciou aos seus títulos e prebendas ancestrais, como século antes já o fizera o imenso Budha Gautama. Agora, fazendo-se chamar professor Lind, ou Sir Cherenzi-Lind, vive humildemente, como amante empedernido da Natureza e com singeleza sublime. Tudo isto e1e mesmo o confirmou, posteriormente, e já constitue historia publica.

Porem, para apreciá-lo deveras, e preciso conhecê-lo através de sua imensa obra, demasiado enorme para ser compreendido sem longas, profundas e atinadas observações, pois e autor de muitíssimos livros, sob diferentes pseudônimos e dirige distintos movimentos filosóficos e espiritualistas em diversos lugares do mundo. Suas atividades são múltiplas, posto que ora se dá a conhecer como matemático, como químico notável, como filósofo incomparável, como endocrinólogo, como misterioso Lama, bem como agente diplomático, ou como grão senhor do mundo social de Paris, Berlim, Deauville, Londres, Califórnia, Lido ou São Sebastião.

Em outras oportunidades regressou a Espanha (1925). Depois de viver três meses sob o mesmo teto, comendo a mesma mesa, trabalhando juntos ante o telescópio, os códices e os germens do cultivo; pulsando fatores de altas matemáticas e amando Beethoven, Liszt, Massenet e Wagner com intensidades, incessantemente, aprende-se a conhecer uma pessoa e, da mesma forma, pode-se falar sobre ela com direito. Este e o meu caso!

Todos os problemas que se oferecem a inteligência humana parecem interessar-lhe extraordinariamente. E' assim como aprendi a amá-lo, pois sempre encontrei nele um verdadeiro Mestre, um ser divinamente humano, que podia ensinar-me invariavelmente e satisfazer minha infinita ânsia de superação; um individuo extraordinário, enfim, que e alegria sublime em seus ensinamentos sagazes e sinfonia viva em todas as coisas de sua vida.

Coisa estranha! apesar de conhecê-lo desde ha mais de 10 anos e de haver estado junto a vida do lar e em diversas excursões, como a que fizemos aos templos de Huesca, os oito dias inolvidáveis em que dormimos como simples moco de lavoura nas grutas de Montserrat, quando fomos em busca de um valioso objeto de caráter Iniciaticos, que se supunha ali estar escondido desde a idade Media, quando os primeiros Cavalheiros Templários vindos do Oriente, estabeleceram o seu centro de atividades na Ibéria e, enfim, quando percorremos os lagos de Somiedo, juntos, durante mais de um mês, isto e, conhecendo intimamente, nunca pude entrar em confiança com ele. O seu trabalho e o mais singelo e familiar possível, mas infunde profundo respeito e constantemente inspira. Conhecê-lo deveras e amá-lo e venerá-lo. Considero-o como o verdadeiro inspirador de toda a minha obra e o meu instrutor. Os meus “Wagner, Mitólogo e Ocultista", “No Umbral do Mistério" e "O Livro de Jinas” ("0 Livro que mata a Morte"), devo-os inteiramente as suas benévolas e afetuosas considerações.

E' um grande amante de Goethe e Nietzsche, os quais ele compreende a fundo e belamente interpreta. 0 mesmo sucede com Beethoven e Chopin. Sabe dar a conhecer a essência do gênio, porque ele próprio e um deles. Porem, quando se o compreende mais a fundo, e impossível deixar de ver nele um gênio superior, pois, tanto na ciência como na arte, no misticismo e na filosofia, demonstra ser um Mestre completo, um inspirador e orientador sublime; mas, sobretudo, e um criador. E' sumamente dinâmico, compreensivo e sutil, porque possui uma forca envolvente e completa a ação onde quer que se encontre. Sua personalidade, Sua vida, proporciona-nos uma visão alentadora da realidade ou o destino que está reservado ao homem, para quando consiga evoluir ate o seu maximum de possibilidades. Não fosse a sua extrema humildade, pavonear-se-ia como Messias ou como super-Einstein, embora com direito: mas e demasiado sincero e simples para buscar fama, bulício e espetacularidade. Diz: "A vida serena e despercebida infunde valor e proporciona tempera para se encarar melhor a realidade superior. Só o vão e complexo, estrondoso e aparatoso!



[1] Homem de Ciência, Matemático, Astrônomo, conotado teosofista e autor de múltiplas e importantes obras, conhecido como "O Mago de Logrosan", o maior dos místicos da Europa, depois de Goethe e Wagner.